Organizações discutem etapas e diretrizes de ações para pessoas com deficiência e com hanseníase
A estratégia é baseada nos territórios e deverá ter projetos-piloto desenvolvidos no Brasil em municípios a serem escolhidos
Inclusão, empoderamento e participação social foram algumas das questões centrais elencadas no desenho inicial de projetos voltados para pessoas com deficiência e com hanseníase no Brasil. A discussão foi liderada pela NHR Brasil e envolveu representantes de 12 organizações em reunião realizada entre os dias 11 e 13 de setembro, em São Paulo. No encontro, foram formuladas diretrizes e etapas da estratégia baseada nos territórios, que deve resultar em até três projetos-pilotos desenvolvidos em municípios brasileiros.
O planejamento específico das iniciativas dependerá da escolha das comunidades e da identificação dos atores envolvidos no território. Retomando as discussões da primeira reunião realizada em junho, o grupo reafirmou a necessidade de projetos que escutem e envolvem pessoas da comunidade, sendo guiados pelas suas demandas de acesso à saúde, de inclusão social, de oportunidades e qualidade de vida.
Os projetos serão adequados à realidade de cada território. Ao mesmo tempo, serão regidos pelos conceitos discutidos e pactuados pelo grupo, que definiu etapas norteadoras para as iniciativas. Diagnosticar a situação da comunidade, identificar as barreiras postas para pessoas com deficiência e hanseníase, envolver atores sociais nos processos de decisão e estabelecer estratégias voltadas para o território foram algumas das etapas apontadas.
Para os representantes do grupo, é essencial que os projetos consigam ir além da abordagem de saúde. Para isso, eles devem promover empoderamento e auxiliar as pessoas com deficiência e com hanseníase na identificação e afirmação dos direitos, alcançando assim maior clareza de seus lugares na vida em sociedade.
As questões levantadas no encontro continuarão sendo trabalhadas pelo grupo e nortearão os critérios a serem utilizados pela NHR Brasil para análise das cartas de intencionalidade de projetos ou organizações que se proponham a executar os projetos-piloto no Brasil. A estratégia baseada nos territórios integra um dos Programas Prioritários Chave da NHR Brasil, com foco no Desenvolvimento Inclusivo de Pessoas com Deficiência.
O encontro contou com representantes da Coordenação Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação (CGHDE) do Ministério da Saúde, Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (CMPD) de São Paulo, Pastoral da Pessoa com Deficiência da Arquidiocese de São Paulo, Brasil Saúde e Ação (BRASA), Associação Milalá, Instituto Mara Gabrilli (IMG), assessoria técnica da SPTrans, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal do Ceará (UFC) e a equipe técnica da NHR Brasil.