NHR Brasil participa de ação do Janeiro Roxo em Fortaleza
Abordagens educativas e avaliações de casos suspeitos de hanseníase foram realizadas na ação do Janeiro Roxo promovida no Centro de Fortaleza nesta segunda-feira, 17 de janeiro. A atividade ocorreu no período da manhã, acolhendo a população que passava pela Praça do Ferreira, uma das mais movimentadas da região central da cidade.
A NHR Brasil foi uma das instituições parceiras na promoção da atividade em alusão ao mês de conscientização sobre a hanseníase no País. Membros da equipe do Programa PEP++ estiveram presentes auxiliando na avaliação de pessoas com sinais e sintomas da hanseníase. Após triagem, representantes da Prefeitura de Fortaleza e do Centro de Referência em Dermatologia Dona Libânia (CDERM) orientavam sobre os encaminhamentos para serviços de saúde.
As avaliações foram realizadas em unidade móvel cedida pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 6ª Região Ceará (Crefito). Também como parceiros da ação, membros do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan) de Fortaleza participaram das abordagens com materiais educativos da campanha global “Não Esqueça da Hanseníase”.
A mobilização alcançou pessoas que passavam pela Praça e pessoas que viram reportagens sobre a atividade no início da manhã e se dirigiram até o local buscando atendimento.
Ainda desconhecida por muitas pessoas, a hanseníase segue como um importante problema de saúde pública no País. Trazer mais visibilidade para o tema é uma das estratégias para estimular que as pessoas procurem ajuda o quanto antes.
“Quanto mais parceiros nós tivermos procurando dar importância às ações de diagnóstico precoce, mais cedo iremos tratar as pessoas com hanseníase e prevenir sequelas”, afirma Gerlânia Martins, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do CDERM.
Hanseníase em Fortaleza
A capital cearense teve 315 novos casos de hanseníase diagnosticados em 2021. Este número é menor que a média de outros anos, com cerca de 500 casos, conforme Natália Farias, assessora técnica da Hanseníase na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Fortaleza.
Ela avalia que esta diminuição reflete o impacto da pandemia de Covid-19 e uma menor procura da população pelo diagnóstico nos serviços de saúde, embora o atendimento nas unidades não tenha sido interrompido.
Além de promover o diagnóstico precoce, um dos desafios no controle da doença em Fortaleza é alcançar e promover a prevenção entre as pessoas mais próximas daquelas que foram diagnosticadas. Este acompanhamento é considerado essencial para monitorar potenciais novos casos nas pessoas com maior exposição à bactéria causadora da doença.
Segundo Gerlânia Martins, a busca por esses contatos é uma das prioridades do CDERM em 2022, contando com a articulação dos diversos parceiros que atuam no enfrentamento da doença. “Queremos dar ênfase nas pessoas que foram atendidas na unidade de 2019 a 2021 para rastrear e buscar novos casos nessas famílias”, explicou.
Apostar nas parcerias e treinar agentes comunitários de saúde são algumas das ações para alcançar os contatos de pessoas acometidas em Fortaleza, segundo Natália Farias. Ela destaca o papel do Programa PEP++ na abordagem das famílias e comunidades já alcançadas pela pesquisa.
“Tivemos muitos casos descobertos, inclusive em menores de 15 anos. Por isso, a pesquisa vem ajudando muito o município. Isso é de grande relevância e ajuda a melhorar nossos dados epidemiológicos e a nossa busca dos contatos, que é um grande desafio”, enfatizou Natália.
Em Fortaleza e Sobral, o programa é coordenado pela NHR Brasil e leva um regime de profilaxia pós-exposição para contatos sociais de pessoas diagnosticadas com a hanseníase entre 2014 e 2021. O objetivo é administrar medicação preventiva para pessoas sob maior risco de desenvolver a hanseníase.