Estratégias para grupos de ajuda mútua em hanseníase
Atividade propôs a discussão da estrutura para grupos com maior de tempo de duração
Os grupos de autocuidado em hanseníase apresentam dinâmicas diversas. Geralmente situados em unidades de saúde, eles proporcionam encontros entre pessoas acometidas pela doença, familiares e profissionais de saúde, sendo um espaço para aprender práticas que podem prevenir incapacidades. Com o tempo, estes grupos podem ir além do autocuidado, destacando-se como locais de socialização e de atividades em outros temas de importância para os membros.
Para compreender e sugerir a estruturação de grupos que existem há mais tempo e que fazem atividades mais abrangentes, a NHR Brasil realizou a Oficina de Grupos de Ajuda Mútua, reunindo coordenadores de grupos e representantes do Ministério da Saúde e da Universidade de Pernambuco (UPE). A oficina foi realizada em Fortaleza nos dias 8 e 9 de maio, facilitada pela psicóloga Patrícia Passos, professora da Universidade de Fortaleza (Unifor).
O objetivo foi propor um embasamento técnico para coordenadores de grupos que já trabalharam os temas do autocuidado sugeridos nas diretrizes nacionais, como os cuidados com face, mãos e pés ou a importância da adesão ao tratamento. Assim, serão elaboradas orientações para que os coordenadores possam conduzir atividades e temas, como a geração de renda, a redução do estigma e outros tópicos que se relacionam com os aspectos psicossociais das pessoas acometidas pela hanseníase.
Também foi destacada a importância de estabelecer instrumentos para monitorar a evolução dos grupos e fortalecer suas ações. Estas demandas surgiram de grupos apoiados pela NHR Brasil em Pernambuco, conforme contextualiza Rejane Almeida, assessora técnica da organização.
“Da nossa parceria com a UPE, que acompanha e orienta estas pessoas, surgiram oito novos grupos. Muitos deles estão com mais um ano de formação e têm uma base de pacientes que acompanham os encontros desde o início e pessoas novas que chegam ou que foram recentemente diagnosticadas”, explica Rejane.
Desta forma, a realização da oficina e o diálogo posterior entre os especialistas envolvidos buscam atender o pedido de coordenadores que precisam de uma base técnica para desenvolver novas abordagens nos grupos, integrando estes perfis diferentes ou promovendo a criação de novos grupos.
Uma das ferramentas sugeridas foi um espaço virtual para troca de experiências entre especialistas e coordenadores para a orientação dos grupos de ajuda mútua. O grupo enfatizou a importância de oferecer caminhos levando em conta as dinâmicas de cada agrupamento, bem como as necessidades e vontades dos participantes.
“Quem está nos grupos quer ter momentos de lazer em conjunto, partilhar angústias e alegrias, estar entre iguais. Nada mais justo que embasar os coordenadores para que estas pessoas não percam seu espaço”, justifica Rejane. Na oficina, foi ressaltado ainda o desafio de construir estratégias para diferentes cenários do País, tendo em vista as diferentes formas de organização dos serviços de saúde e os níveis de envolvimentos das equipes multiprofissionais em cada unidade.
Data de publicação: 10 de maio de 2019