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Terceiro módulo de curso para líderes foi realizado em Fortaleza no mês de novembro

Que direitos básicos estão sendo ameaçados no Brasil? De onde vêm estes direitos e garantias que deveriam amparar todos os cidadãos? E como anda o acesso das pessoas a estes direitos? Reflexões como estas fizeram parte do terceiro módulo do Curso de Fortalecimento de Lideranças, realizado em Fortaleza entre os dias 28 e 30 de novembro.

O curso reuniu lideranças que atuam à frente de movimentos e organizações para enfrentamento de doenças negligenciadas no Brasil. Dentre elas, representantes de pessoas acometidas pela hanseníase, doença de Chagas, filariose linfática, hepatites e esquistossomose.

O encontro é um dos projetos liderados pela NHR Brasil, com apoio do Ministério da Saúde, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi). Dois módulos anteriores haviam sido ofertados nas cidades de Recife (agosto de 2018) e Belo Horizonte (julho de 2019).

“Não estamos discutindo partidos, buscamos olhar a política como aspecto essencial. Ela é necessária e inerente à vida do cidadão”, contextualizou Eliana Amorim, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e uma das facilitadoras do encontro.

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Desta forma, cada participante foi chamado a refletir sobre ações pelo acesso à saúde e ao tratamento para as doenças negligenciadas em um contexto ampliado de direitos fundamentais, como moradia, educação, saúde e liberdade.

“Como ativistas, somos formadores de opinião. Por isso, é essencial que tenhamos a disposição para ler, se informar e estar atento ao que afeta diretamente a nossa vida”, opinou Bartolomeu Aquino, representante da Associação dos Portadores de Hepatites do Rio Grande do Norte (APHERN).

Outros olhares e práticas

No programa do curso, foram incluídas ainda discussões sobre as doenças tropicais negligenciadas em uma relação de causa e consequência da pobreza, com mais chances de afligir as populações que vivenciam situações de vulnerabilidade social.

“Os cenários de pobreza são grandes, nossa missão é grande. Precisamos sair daqui fortalecidos e comprometidos”, indicou Socorro de Sousa, facilitadora do curso e representante da UFC.

No grupo, os líderes puderam descrever as experiências e evoluções em seus territórios de atuação desde o início da participação nos cursos oferecidos pela NHR Brasil. Um exemplo foi o de Marly Araújo, presidente do Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase (Gamah).

“Desde o primeiro módulo, venho lutando para fazer uma grande campanha sobre hanseníase no Distrito Federal. Com a persistência, finalmente tivemos esta conquista e vamos fazer um movimento de janeiro a março. O próximo passo é articular uma integração com ações para doença de Chagas e tentar promover um mini-fórum em 2020”, partilhou.

A perspectiva do cuidado de si e do outro foi trazida durante visita de campo ao Espaço Ekobé, na Universidade Estadual do Ceará (UECE). A proposta traz práticas que remontam aos saberes ancestrais dos povos indígenas, trabalhando perspectivas que extrapolam o modelo biomédico.

Com a visita, os participantes puderam ver a concepção de um espaço que busca cuidar da vida, tornando-se uma referência na educação popular em saúde.