Expresso Chagas XXI no Ceará - atuação em municípios endêmicos
O Workshop Expresso Chagas XXI, realizado em Limoeiro do Norte, no estado do Ceará, tratou dos desafios no enfrentamento da doença de Chagas na presença de profissionais do campo da saúde de três municípios em que a enfermidade ainda é endêmica, sendo estes participantes locais e dos municípios de Quixeré e de Tabuleiro do Norte.
O evento, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Saúde do Ceará e mediado pelo Grupo Técnico em doença de Chagas e pela coordenação geral do projeto Expresso Chagas XXI do Instituto Oswaldo Cruz, ocorreu entre os dias 04 e 05 de maio. Os participantes então desenvolveram comitês intersetoriais de combate à enfermidade com atuações voltadas para cada município.
Cláudia Mendonça, articuladora do Grupo de Trabalho (GT) da doença de Chagas da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, salienta que a expectativa do workshop é de sensibilizar os profissionais de saúde locais para a continuidade e sustentabilidade do projeto Expresso Chagas XXI. Tania Cremonini, diretora do Instituto Oswaldo Cruz no Rio de Janeiro, reforça o comprometimento intersectorial do projeto, evidenciando que a ação envolve saúde, cultura e educação, pois somente a atenção no setor da saúde pública não seria o bastante para promover conscientização sobre a doença de Chagas. Os depoimentos estão disponíveis nas redes sociais de divulgação do evento.
Askanio Teixeira, enfermeiro e coordenador de projetos da NHR Brasil, esteve presente no Workshop e destaca que o projeto Expresso Chagas XXI é de grande importância para a sensibilização e conscientização não só dos profissionais de saúde mas da comunidade como um todo, para que haja uma atenção maior à doença de chagas.
Tendo em vista que é uma enfermidade considerada grave, deve ser identificada precocemente para evitar o seu desenvolvimento, pois a doença pode gerar complicações severas, na fase aguda (meningite e encefalite), e na fase crônica Insuficiência cardíaca, como o aumento do tamanho do esôfago (megaesôfago), aumento do tamanho do cólon (megacólon), cardiomiopatia e desnutrição, caso não seja tratada em tempo oportuno.
Oportunidade de colaboração e participação no combate à outras DTNs
“A ocasião foi importante também para apresentar o Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento a Doenças Infecciosas e Negligenciadas”, relembra Askanio. O Fórum consiste em uma articulação democrática de movimentos e organizações sociais, lideranças e associações de pessoas acometidas por diferentes doenças, assim como conta com a participação de outros membros da sociedade civil. A convenção se estabelece como espaço permanente de visibilidade, representação, apoio e empoderamento para discussões sobre o cenário brasileiro frente às Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs).
“O esperado é que haja uma boa adesão do projeto de forma efetiva, e que por meio dele toda a rede de atenção e cuidado se conscientizem e executem a proposta do Expresso Chagas, implementando essa atenção integral visando o fortalecimento da busca ativa de novos casos da enfermidade, o tratamento e o fornecimento uma de rede de apoio ao indivíduo e coletividade”, aponta Askanio. Ele ainda ressalta a relevância da participação e colaboração de organizações como a NHR Brasil em projetos como o Expresso Chagas XXI para a tentativa de superar os desafios em comum que estão presentes no enfrentamento de doenças negligenciadas como a hanseníase e a doença de Chagas.
Expresso Chagas XXI
O “Expresso Chagas 21” é uma exposição participativa com arte e ciência desenvolvida pela FioCruz para discutir sobre a doença de Chagas em regiões endêmicas. O número “21”, em algarismo romano, indica o tempo em que devemos falar sobre a enfermidade: agora, no século XXI. Sua denominação representa a urgência das discussões que cercam as estratégias de combate à doença, e o seu propósito é trazer uma tecnologia social, desenvolvida por pesquisadores da FioCruz com colaboração de pessoas acometidas, que seja de fácil implementação e adaptação para cada região.
