NHR Brasil é premiada no 17° Congresso da SBH

A organização foi destaque na apresentação de trabalhos científicos acerca de projetos de reabilitação econômica de pessoas acometidas pela hanseníase e do estigma atrelado à enfermidade

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O 17º Congresso Brasileiro de Hansenologia, realizado entre os dias 17 e 23 de setembro em Cuiabá, Mato Grosso, celebrou avanços significativos na luta contra a hanseníase e reconheceu os esforços da NHR Brasil, em parceria com a Universidade Federal do Ceará, por meio de dois prêmios destacados. As premiações refletem o compromisso da organização e de seus parceiros em abordar questões críticas relacionadas à hanseníase e em transformar a realidade de pessoas e comunidades acometidas pela doença.

Estigma na Hanseníase

A NHR Brasil foi agraciada com o 2º lugar na categoria de História, Direitos Humanos e Ciências Humanas com o trabalho "Persistência do Estigma na Hanseníase: Relato de Experiência em Áreas Endêmicas do Município de Fortaleza". Coordenado pela equipe do Programa PEP ++ em Fortaleza, o trabalho ilustra a persistência da desinformação sobre a hanseníase e suas consequências psicossociais.

O estudo revelou casos graves de estigmatização por parte de familiares, líderes religiosos e profissionais de saúde que sugerem aos pacientes manterem o diagnóstico em segredo. Além disso, mostrou que o estigma começa na infância, que levam à restrição das atividades escolares.

“É urgente aprimorar a formação e a educação em saúde para profissionais da área e outros multiplicadores de informações na comunidade. Combater o estigma da hanseníase é essencial para garantir que todas as pessoas afetadas tenham acesso a tratamento adequado e vivam com dignidade”, explica Nágila Ferreira, membro da NHR Brasil que apresentou o estudo.

Reabilitação Socioeconômica

Outro projeto da NHR Brasil foi premiado em 3º lugar na categoria Reabilitação. A iniciativa exemplar demonstrou que a hanseníase pode ser enfrentada não apenas por meio do tratamento médico, mas também por meio da Reabilitação Socioeconômica.

Lançado em 2017 em parceria com a AGEVISA-RO, o projeto concentrou-se em oficinas de produção de biojóias e comidas típicas regionais feitas a partir de recursos locais no estado de Rondônia. Estas atividades não apenas geram renda para mais de 150 pessoas acometidas pela hanseníase e seus familiares, mas também promovem a preservação da cultura local e do meio ambiente.

O projeto foi reconhecido pelo Ministério da Saúde como "Experiência Exitosa" no contexto do Desenvolvimento Sustentável, assegurando mais qualidade de vida às pessoas atingidas pela doença.

“Foi uma experiência muito satisfatória. O que vejo de positivo é o interesse das pessoas, a atenção que a gente conseguiu chamar dos demais participantes do congresso com os trabalhos que a gente levou. Na nossa percepção eram trabalhos relevantes mas as pessoas reforçaram realmente isso com seu interesse e a premiação também é prova disso“, revela Askânio Teixeira, membro da NHR Brasil à frente da apresentação do projeto.