NHR Brasil inicia atividade de apicultura comunitária em Jaibaras
Fortalecendo laços entre a comunidade de Jaibaras, em Sobral, a iniciativa contribui para a reabilitação socioeconômica e sustentabilidade de pessoas afetadas pela hanseníase
A partir desse ano, a comunidade atingida pela hanseníase em Jaibaras, distrito de Sobral, terá a oportunidade não apenas de aprender novas habilidades, mas também de fortalecer a autoestima e gerar renda própria de forma autônoma, sustentável e ambientalmente responsável. A ação faz parte do eixo Zero Exclusão da Fundação NHR Brasil, que assume um papel crucial voltado à reabilitação socioeconômica por meio da apicultura comunitária, prática que busca criar e gerenciar colmeias de abelhas para produção de mel e outros produtos relacionados.
A iniciativa representa uma ampliação das atividades de reabilitação socioeconômica promovidas pela organização, que já está presente em Rondônia, facilitando workshops e oferecendo suporte para a produção de biojóias a partir de elementos naturais da Amazônia. O projeto é concebido e implementado a partir das demandas dos participantes e das possibilidades sustentáveis das regiões onde vivem, visando não apenas fornecer uma fonte de renda alternativa, mas também promover a autonomia e o desenvolvimento local.
Para alcançar esse objetivo, o apicultor Edvard Junior, técnico e coordenador da nova iniciativa, iniciou o processo de formação dos participantes para o manejo e fabricação segura do produto, além de dialogar sobre como a apicultura comunitária estimula a conscientização ambiental, incentivando a conservação das áreas naturais e a diversidade de flora na região.
Primeiros Passos
“Na primeira reunião com o grupo, apresentamos toda a história da apicultura, explicando a importância das abelhas para o ecossistema e a agricultura e como se inicia o trabalho para a produção de mel a partir da utilização de materiais seguros e acessíveis”, esclarece Edvard sobre os primeiros passos da iniciativa.
Além disso, o apicultor frisa que as orientações quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) foram destacadas para os participantes. Após a primeira etapa, focada na formação técnica do grupo, a equipe partiu para a escolha do campo em que seriam implementados os apiários e no preparo dos equipamentos.
A montagem dos apiários foi a primeira atividade prática realizada pela equipe. As estruturas servem para acolher as colmeias e são essenciais para o sucesso do projeto. Em um primeiro momento, os participantes se reuniram para pintar os apiários e instalar as estruturas necessárias para montar o equipamento.
“Hoje, as colmeias já estão na natureza e sua grande maioria ainda estão vazias”, indica Edvard sobre a situação atual das colmeias. Com o uso de elementos naturais, o grupo busca atrair novos enxames para a progressão das colmeias.
Colaboração
Diante das expectativas com o projeto, é possível perceber a animação do grupo como um todo. Daniel Silva, pessoa curada da hanseníase impactada pelas ações da Fundação NHR Brasil, vê a iniciativa como uma oportunidade de reconhecer novos talentos e estimular capacidades entre os participantes. “Pretendo caminhar e crescer junto com essa iniciativa maravilhosa”, compartilha ele.
Francisco Teodoro Silva também anseia pelos resultados de seu trabalho, e revela sua animação com a técnica aprendida até agora. “Quando era mais novo, conhecia o trabalho de produção de mel, mas de forma amadora. Hoje a tecnologia e os recursos disponíveis são bem diferentes. Estamos mais preparados para essa produção”, destaca ele.
Alexandre Menezes, diretor nacional da Fundação NHR Brasil, destaca que a iniciativa não só representa um passo significativo em direção à autonomia e empoderamento da comunidade, mas também o compromisso da organização com a promoção da inclusão social e o desenvolvimento sustentável das pessoas afetadas pela hanseníase em diferentes regiões do país.
“Com o aprendizado contínuo e prático, a iniciativa não só capacita os envolvidos na produção de mel de alta qualidade, mas também inspira a todos em um propósito compartilhado. O entusiasmo e a determinação do grupo percebidos desde já é o que move a nossa causa por mais inclusão às pessoas atingidas pela hanseníase”.