Fundação NHR Brasil realiza ação de saúde no Lar Torres de Melo

Atividade destacou a importância do diagnóstico precoce, da vigilância de contatos e da capacitação para enfrentar o estigma da hanseníase entre idosos residentes.

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No dia 28 de novembro, a Fundação NHR Brasil levou atenção e cuidado ao Lar Torres de Melo, em Fortaleza, com uma ação voltada para a saúde de mais de 200 idosos que vivem na instituição. Referência em assistência social e qualidade de vida, o lar foi o cenário de avaliações dermatoneurológicas que buscaram não apenas identificar casos suspeitos de hanseníase e acompanhar pacientes em tratamento, mas também fortalecer a vigilância de contatos e promover o enfrentamento ao estigma que ainda cerca a doença.

A ação contou com a parceria da médica Dra. Juliana Ramos, dermatologista e hansenologista, além de alunos de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor). O momento foi essencial para conscientizar e capacitar estudantes e profissionais do Lar Torres de Melo sobre a hanseníase, abordando sinais, sintomas, rastreamento, tratamento e redução do estigma relacionado à doença.

Para a Dra. Juliana Ramos, preceptora de saúde coletiva e especialista na área, atividades como essa tem impacto significativo no processo de ensino-aprendizagem. "Costumo dizer que o que não é visto, não pode ser lembrado. Sabemos que muitos profissionais de saúde se formam com dúvidas e inseguranças sobre a hanseníase, já que a doença não é suficientemente abordada nas grades curriculares. Essa lacuna precisa ser preenchida, pois o Brasil é o segundo país no mundo com maior número de casos."

A hanseníase, uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, atinge principalmente a pele e os nervos periféricos, manifestando-se por sinais como manchas com perda de sensibilidade, formigamentos, fraqueza muscular, espessamento dos nervos e nódulos. A transmissão ocorre pelo contato direto e prolongado com pessoas doentes que não estejam em tratamento.

Para médica Juliana Ramos, essa dinâmica de transmissão preocupa ainda mais na população idosa, que apresenta vulnerabilidades específicas, como doenças neurodegenerativas e outras condições associadas (multimorbidade),dificultando tanto o diagnóstico quanto o manejo terapêutico. "Nesse contexto, ações de rastreamento e cuidado especializado tornam-se essenciais para enfrentar esses desafios e oferecer um tratamento mais eficaz e humanizado", avalia.

Aprendizado

Para os profissionais de saúde e cuidadores do Lar Torres de Melo, a ação foi também um momento de aprendizado. Renata Alcântara, enfermeira responsável técnica pelo setor de enfermagem da instituição, destacou o impacto positivo da atividade. “Momentos como este nos mostram na prática como fazer o rastreamento e identificar sinais e sintomas precoces, o que nos dá mais segurança no manejo dos casos. Isso também ajuda a equipe de enfermagem e os técnicos a estarem mais seguros e atentos a possíveis sinais e sintomas nos residentes e, assim, atuarmos com mais agilidade."

Renata relembrou que o Lar Torres de Melo já havia identificado suspeitas de hanseníase por meio de avaliações da equipe de geriatria, mas a ação reforçou a necessidade de monitoramento contínuo, especialmente em um ambiente de convivência prolongada como o da instituição.

Aymee Rocha, enfermeira e chefe de pesquisas da Fundação NHR Brasil, destacou o caráter educativo da ação. “Foi um momento valioso para estudantes e profissionais. Para os alunos, foi uma oportunidade de compreender a complexidade da avaliação neurológica em idosos e a importância do diagnóstico precoce. Sensibilizar futuros médicos para a hanseníase é essencial para enfrentar a negligência que ainda persiste.

Aymee também reforçou a relevância da vigilância de contatos em ambientes como o Lar Torres de Melo, onde o convívio prolongado aumenta o risco de transmissão. “Além de contribuirmos para diagnósticos precoces e tratamentos oportunos, fortalecemos as capacidades da Fundação em ações formativas e no enfrentamento à hanseníase como um problema de saúde pública”, concluiu.

A atividade no Lar Torres de Melo reafirmou o compromisso da Fundação NHR Brasil com a promoção da saúde, a formação de profissionais e a luta contra o estigma da hanseníase. A integração entre ensino, serviço e pesquisa segue como pilar central para garantir o cuidado qualificado e humanizado às populações mais vulneráveis.
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