Você sabe o que é verdade ou mito sobre a hanseníase?
Desmistificar a hanseníase é crucial para combater o estigma e a exclusão social, reforçando a conscientização promovida pela campanha Janeiro Roxo.
A campanha Janeiro Roxo já começou!
O Janeiro Roxo é o mês dedicado à campanha de conscientização sobre a hanseníase no Brasil. Implementado pelo Ministério da Saúde em 2016, o primeiro mês do ano é marcado por atividades realizadas pelas mais diversas organizações da sociedade civil. O objetivo é levar à população mais informações sobre a doença e combater o estigma e o preconceito, com atividades, materiais informativos e novas práticas de enfrentamento e de prevenção.
Para dar início ao Janeiro Roxo, selecionamos 10 fatos importantes sobre a hanseníase. Confira e ajude a espalhar informação!
O Brasil é um dos países com maior registro de casos de hanseníase
O Brasil é o segundo país com maior registro da doença no mundo, atrás somente da Índia - e se considerarmos a taxa em proporção à população, o Brasil fica em primeiro lugar. Em 2023, foram quase 20 mil novos casos registrados oficialmente, e ainda estima-se um grande número de subdiagnósticos. Por isso, é importante promover campanhas e políticas públicas de diagnóstico e conscientização!
A hanseníase é uma das doenças mais antigas do mundo ainda em circulação
Existem registros históricos que datam a existência da hanseníase desde 4.300 a.C., em regiões da Ásia e da África, e pelo menos desde 600 a.C. na Europa. No Brasil, o primeiro registro aconteceu em 1600, no Rio de Janeiro, consolidando-a como uma das doenças mais antigas ainda em circulação. Entretanto, durante períodos em que a condição conhecida como “lepra” não tinha tratamento e assolava sociedades antigas, é difícil afirmar com precisão que todos os casos correspondiam ao que entendemos hoje como hanseníase.
Manchas na pele com alteração de sensibilidade são sinais comuns da hanseníase
Um dos principais sinais e sintomas da hanseníase são manchas esbranquiçadas ou amarronzadas na pele com alteração de sensibilidade ao toque, ao calor ou ao frio. Mas vale lembrar que nem todas as formas da doença se manifestam dessa maneira.
A Hanseníase Neural Pura (HNP) apresenta sintomas neurológicos e compromete os nervos, sem aparição de lesões na pele, envolvendo dormências e formigamentos, fraqueza muscular e dores nos nervos. Por essa razão, é importante que os profissionais da saúde estejam atentos para as diversas manifestações da hanseníase, de forma a diagnosticar e tratar a doença precocemente.
A hanseníase não é transmitida pelo toque, abraço ou beijo
A transmissão acontece pelas vias respiratórias, mas apenas após contato próximo e bastante prolongado com pessoas acometidas que ainda não iniciaram o tratamento. O diagnóstico precoce, o tratamento em tempo oportuno e a verificação contínua de contatos que convivem com a pessoa acometida são essenciais para o controle da doença. Vale lembrar que assim que o tratamento é iniciado, a pessoa não transmite mais a doença.
Isolar uma pessoa acometida pela hanseníase não ajuda a erradicar a doença
Uma vez que a pessoa acometida pela doença inicia o tratamento, ela não transmite mais a doença e, portanto,isola-la não apresenta nenhuma eficácia. Vale lembrar que o isolamento compulsório foi uma política implementada no Brasil de 1920 a 1980, mas que não foi eficaz no controle da doença. Na verdade, a segregação de pessoas acometidas pela hanseníase, afastando-as da sociedade e de suas famílias, trouxe consequências irreparáveis e reforçou estigmas e preconceitos que até hoje precisam ser combatidos.
A pessoa com hanseníase pode ficar anos sem apresentar sinais ou sintomas
Após ser infectada pelo Mycobacterium leprae, bactéria causadora da hanseníase, a pessoa pode ficar meses e até anos sem apresentar nenhum sinal ou sintoma da doença. Isso acontece por conta do longo tempo de incubação, período entre a infecção e aparição dos primeiros sinais e sintomas, que afetam sobretudo a pele, os nervos periféricos, as mucosas e, em casos mais raros, os olhos.
Pessoas socialmente vulneráveis são mais suscetíveis a hanseníase
A hanseníase é uma doença endêmica em países que estão em desenvolvimento, como Brasil, Índia e Indonésia. Além disso, pessoas com pouco ou nenhum acesso à saúde são mais suscetíveis a passarem por dificuldades em buscarem diagnóstico correto e tratamento em tempo hábil. Vale lembrar que a hanseníase está na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), grupo de doenças infecciosas que afetam principalmente populações em áreas pobres e tropicais, recebendo pouca atenção e recursos para diagnóstico, tratamento e prevenção.
O cuidado com a saúde mental é importante para o tratamento da hanseníase
Devido ao estigma e à desinformação sobre a hanseníase, pessoas acometidas pela doença enfrentam diversos desafios na sociedade, como serem afastadas de seus espaços de convívio e problemas de autoestima. Dessa forma, o tratamento para hanseníase vai além do cuidado físico, mas da saúde mental também. A ajuda psicológica e maneiras de facilitar a inclusão dessas pessoas nos círculos sociais e espaços de trabalho são necessários para garantir a cidadania desses indivíduos.
Hanseníase é uma doença que tem cura
A hanseníase tem cura e o tratamento é feito de forma gratuita e universal pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, podendo durar de 6 meses a 1 ano. A Poliquimioterapia (PQT) é o tratamento padrão para a hanseníase, composto por uma combinação de medicamentos que agem de forma conjunta para combater a bactéria Mycobacterium leprae: rifampicina, dapsona e clofazimina. Desde 1992 é recomendada pela Organização Mundial da Saúde como uma das principais formas de combate à doença. Apesar de alguns efeitos colaterais, é um tratamento seguro e completamente gratuito!
Você não está sozinho(a)!
As pessoas acometidas pela hanseníase não precisam ser isoladas da sociedade e não devem enfrentar esse desafio sozinhas! Ao longo dos anos, Fundação NHR Brasil busca fortalecer essa luta a partir do incentivo à criação de grupos de apoio e acolhimento, além da realização de oficinas e atividades que buscam fortalecer a autonomia e o bem-estar.
Juntos, podemos fazer a diferença e transformar a realidade de milhares de pessoas acometidas pela hanseníase. Faça parte dessa causa! Sua doação é um passo importante para mudar vidas!