Comitê-Hans inicia diálogo com gestores estaduais

Como parte do Projeto de Advocacy da Fundação NHR Brasil, atores sociais defendem ações locais para difundir informações e garantir mais assistência à população atingida pela hanseníase

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Buscando fomentar discussões sobre pautas importantes para as pessoas atingidas pela hanseníase, a Rede de Comitês pelo Enfrentamento à Hanseníase avança na proposta de construir diálogos com gestores de saúde em diferentes regiões do país. Formado com apoio da Fundação NHR Brasil a partir do Projeto Advocacy, a iniciativa busca incentivar a participação e autonomia de atores sociais em prol de demandas locais e nacionais pelo enfrentamento à doença. Atualmente, a rede é formada por comitês instituídos em três dos estados mais endêmicos do país: Pernambuco, Piauí e Ceará.

Na última semana de maio, no dia 28, membros do Comitê Regional de Pernambuco expuseram estratégias e necessidades relacionadas à prevenção da hanseníase durante uma reunião na Universidade de Pernambuco. Estiveram presentes representantes das secretarias municipais de Paulista e de Cabo de Santo Agostinho, cidades da região metropolitana do Recife.  

Na ocasião, estavam presentes gestores das Secretarias de Saúde dos municípios de Paulista e de Cabo de Santo Agostinho, juntamente com docentes e discentes do departamento de fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco e do Grupo de Pesquisa e Extensão GRUPEV. Também participaram representantes do Fórum Social Brasileiro de Enfrentamento das Doenças Infecciosas e Negligenciadas (Fórum DTNs) e coordenadores locais do Morhan. 

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Já em Teresina (PI), membros do Comitê Regional do Piauí reuniram a gestão estadual no dia 13 de junho, contando com a participação da Coordenação de Doenças Transmissíveis da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, coordenadoras dos programas municipal e estadual de hanseníase, Conselhos Municipal e Estadual de Saúde e Universidade Federal do Piauí, além de membros da equipe do Centro Maria Imaculada, instituição referência no tratamento de pessoas acometidas pela hanseníase. O momento foi oportuno para a apresentação das demandas regionais relacionadas ao acesso pleno aos serviços de saúde pública no enfrentamento à doença.

 “Os comitês são compostos por representantes da sociedade civil, incluindo lideranças de organizações sociais e pessoas acometidas, acadêmicos, pesquisadores e profissionais da saúde e da assistência social. Com esses atores envolvidos, queremos intensificar as medidas de prevenção da hanseníase em áreas endêmicas, desenvolvendo ações de comunicação e formação em saúde para ampliar a difusão de informação sobre a enfermidade”, explica Ana Rita Cardoso, gestora de projetos da Fundação NHR Brasil.

Prevenção e Educação em Saúde

Um dos principais pontos levantados pelo Comitê Regional de Pernambuco leva em consideração a endemicidade da região e planeja instituir ações que possam intensificar a prevenção da transmissão da hanseníase e educação em saúde sobre enfermidade em diversos eixos da sociedade civil. 

Para alcançar tal objetivo, o comitê foca em 3 eixos prioritários: comunicação e veiculação de mensagens informativas sobre a  hanseníase na grande mídia e nas redes sociais; incentivo à qualificação da discussão sobre a doença em cursos da área da saúde nas instituições públicas de ensino superior de Pernambuco; e frisar a necessidade de aumentos de recursos institucionais / financeiros destinados ao Programa de Controle da Hanseníase para os próximos 5 anos. 

“Foi extremamente gratificante poder representar o Comitê e apresentar as estratégias, metas e desafios do mesmo. Conseguimos destacar um trabalho que vem sendo construído com muita dedicação e afinco por todos os membros. Como uma mulher curada da hanseníase, sei o quanto é importante sensibilizar as pessoas, profissionais e gestores para que tenham um olhar mais sensível para a hanseníase e as doenças negligenciadas”, ressalta Pollyane Medeiros, jornalista e coordenadora do Morhan de Jaboatão dos Guararapes (PE). 

A ativista destaca ainda seu interesse no fortalecimento do projeto, para que o mesmo “conquiste seu espaço na busca por direitos e uma política permanente das pessoas afetadas pela hanseníase e seus familiares”. 

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No encontro no Piauí, o Comitê Regional destacou as parcerias estabelecidas pela organização com projetos nos municípios de Teresina e Campo Maior. Entre as demandas discutidas, estavam o repasse de recursos para o Centro Maria Imaculada (CMI) e o apoio para a implementação de terapias holísticas, como ventosa e auriculoterapia, além da organização de atividades de interação com os pacientes.

Para Paulo Rodrigues, ativista do Morhan-PI e integrante do Comitê-Hans PI, essas parcerias demonstram um laço sólido de cooperação. “A NHR mostrou-se disponível para estar junto a esses profissionais e saber do que precisam para realizar atividades com os pacientes do Centro Maria Imaculada. Esse gesto inspira esperança e expectativa, tanto no comitê quanto na comunidade em geral, destacando a importância de compreender e exercer os direitos individuais no contexto da doença. A colaboração entre profissionais dedicados, movidos pelo amor à causa da hanseníase, é valorizada mais do que meramente questões de valor ou tempo, mas como uma manifestação genuína de cuidado e compromisso”, expressa Paulo.

Ambos os encontros dos Comitês Regionais contaram com a participação de Alexandre Menezes, diretor da Fundação NHR Brasil, que compartilhou informações acerca das evidências científicas da estratégia de Quimioprofilaxia Pós-exposição para prevenção da hanseníase, preconizada pela Organização Mundial da Saúde desde 2018. A fala do gestor englobou o contexto de atuação do Projeto PEP ++, pesquisa multicêntrica que aplica um regime de profilaxia aprimorada pós-exposição para contatos sociais de pessoas diagnosticadas com a hanseníase.

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