Sediado em Bali, na Indonésia, o 22º International Leprosy Congress reuniu pesquisadores, profissionais da área da saúde e organizações da sociedade civil que atuam no enfrentamento à hanseníase.
A Fundação NHR Brasil marcou presença no 22º International Leprosy Congress (ILC), Congresso Internacional de Hanseníase, que ocorreu durante os dias 7, 8 e 9 de julho. Com o tema “Rumo a um mundo sem hanseníase”, o evento uniu mais de mil representantes de 12 países em Bali, na Indonésia, para discutirem a situação global da doença.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a hanseníase revelam que a Indonésia é o terceiro país com o maior número de casos absolutos da doença no mundo, ficando atrás somente da Índia e do Brasil. A enfermidade é considerada uma Doença Tropical Negligenciada, portanto a realização do evento na localidade traz relevância e atualidade para a temática, buscando trazer notoriedade para as regiões ainda afetadas pela hanseníase.
O evento contou com uma programação extensa mediada por pesquisadores, profissionais da saúde, membros da sociedade civil e pessoas acometidas pela hanseníase. As atividades realizadas no evento abordaram estratégias para o avanço em pesquisa, tratamento, prevenção e conhecimento sobre a enfermidade.
NHR Brasil apresenta trabalhos no Congresso Internacional de Hanseníase
O 22º ILC se destaca também por ser um polo de divulgação científica de trabalhos realizados na área de pesquisa sobre hanseníase. A Fundação NHR Brasil fez parte desse processo apresentando dois trabalhos que mostram o compromisso da organização com produção científica de qualidade.
A Diretora Executiva da Fundação NHR Brasil, Ana Rita Cardoso, Aymée Medeiros, Chefe de Pesquisa da organização, e Rafaela de Sá, enfermeira egressa da organização, apresentaram o resumo “Capacitação de Profissionais da Atenção Primária: uma estratégia para interromper a transmissão da hanseníase nas regiões Norte e Nordeste do Brasil”. O trabalho trouxe os resultados parciais do projeto Zero Transmissão, focado na importância do assessoramento técnico e formação de profissionais da saúde nas regiões do norte e do nordeste no Brasil para o aprimoramento do tratamento e prevenção de casos de hanseníase na atenção primária à saúde.
Além disso, nossa equipe também apresentou o estudo “Atenção à Saúde no Sistema Prisional de Pernambuco: Capacitação para o Diagnóstico e Controle da Hanseníase”, que relatou a atuação do projeto Zero Transmissão no sistema prisional do estado de Pernambuco, exibindo os resultados da atuação da equipe no treinamento dos profissionais de saúde responsáveis pelo cuidado do sistema.

Encontro internacional impulsionou estratégias colaborativas contra a hanseníase
Bali não foi apenas a sede do 22º Congresso Internacional de Hanseníase, mas também um palco de encontros valiosos para a Fundação NHR Brasil, uma oportunidade única para debater os programas da organização e reforçar parcerias. Uma dessas oportunidades foi a chance de dialogar com Vivek Lal, líder do programa de enfrentamento à hanseníase da OMS. Aymée Medeiros, chefe de pesquisa da organização, considera esse momento uma demonstração da importância da articulação global pelo fim da doença.
Nossa chefe de pesquisa representou a Fundação como coordenadora do PEP ++ na reunião desenvolvida pela Netherlands Leprosy Relief (NLR) para discutir os resultados parciais da pesquisa em todos os países envolvidos. Além disso, Aymée participou do encontro da Comissão Técnica do International Federation of Anti-Leprosy Associations (ILEP) como membro do comitê.
A Organização também esteve presente no workshop do Institute of Tropical Medicine – Antwerp, em que foi discutido o uso aprimorado de estratégias de mapeamento geoespacial de casos de hanseníase.

3º Fórum Global de Pessoas Atingidas pela Hanseníase
Organizado pelo Sasakawa Health Foundation, o 3º Fórum Global de Pessoas Atingidas pela Hanseníase ocorreu também em Bali alguns dias antes do 22º ILC. As suas atividades foram realizadas nos dias 4, 5 e 6 de julho, reunindo representantes de organizações de pessoas acometidas pela hanseníase advindas de 21 países.
Francilene Mesquita, conselheira da Fundação NHR Brasil e mulher curada da hanseníase, foi uma dessas pessoas. Francilene é liderança do movimento pelos direitos das pessoas acometidas pela hanseníase, representante do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN).
Ela avalia que o 3º Fórum Global de Pessoas Atingidas pela Hanseníase foi um evento muito produtivo. A liderança fez parte da elaboração dos documentos resolutivos do Fórum, os quais identificam os seguintes resultados:
- Carta de compromisso – com o comprometimento dos participantes a construírem organizações resilientes e atuarem em todos os níveis.
- Recomendações às partes interessadas – convidando governos, sistemas de saúde, escolas, empresas, mídia e agentes de desenvolvimento a defenderem a causa pelos direitos das pessoas afetadas pela hanseníase
- Plano de Ação para o Desenvolvimento de Capacidades – para conquistar o fortalecimento de redes, garantia de financiamento sustentável, desenvolvimento de lideranças e melhoria do acesso a ferramentas e dados.
Posteriormente, Francilene e outras lideranças participaram do 22º ILC, compartilhando, através da apresentação de trabalhos acadêmicos, inferências sobre a realidade das pessoas acometidas pela hanseníase em seus territórios.

Próxima edição do ILC será sediada no Brasil!
O 22º Congresso Internacional de Hanseníase se concretizou em uma semana repleta atividades voltadas para o enfrentamento da doença, e para a eliminação do estigma que atinge pessoas acometidas.
Em sua conclusão foi revelado que a próxima edição do evento será sediada no Brasil, país que possui o segundo maior número de casos absolutos da doença.
O evento representa o compromisso de organizações, como a NHR Brasil, no enfrentamento à hanseníase. Sua realização no Brasil pode contribuir para o diálogo sobre a situação da doença no país, assim como formas estratégicas de chegar à eliminação.







